Uma das 100 cidades mais populosas do país, Paulista/PE tem passado por um acelerado processo de crescimento populacional. Esta evolução representa um desafio a ser enfrentado pelo poder público municipal, em garantir o atendimento às necessidades da população. Neste âmbito, a garantia da mobilidade urbana é algo de extrema importância, por ser a área destinada a tratar sobre o deslocamento das pessoas dentro da cidade. Com o aumento da população, aumentam-se a quantidade de veículos e a mobilidade passa a assumir um papel de grande destaque.
Contudo, em Paulista/PE, pouco vem sendo feito neste sentido. Para o professor, biólogo, ambientalista e candidato a prefeito da cidade, Fábio Barros, a situação da mobilidade urbana é grave e precisa ser discutida com urgência: “O quadro é grave. Paulista precisa ter soluções de mobilidade urbana que proporcionem segurança e qualidade de vida para a população. E esse caminho só pode ser garantido através da sustentabilidade”, afirma. “Contudo, para que isso seja possível, é preciso termos um plano de mobilidade urbana, conforme previsto em lei. Há anos a lei foi instituída, os prazos ampliados e até hoje não foi apresentado um plano para a cidade.
Sem um plano de Mobilidade Urbana, nada mudará”, continua o professor. Fábio, que além de candidato a prefeito de Paulista/PE está na conclusão de seu terceiro mandato como vereador, é um forte defensor da sustentabilidade no município, tendo promovido e participado de diversas ações em prol da mobilidade sustentável, como a luta pela melhoria de ruas e calçadas e a implementação de ciclovias. “Paulista tem todas as condições para se modernizar neste sentido, com vasta extensão de avenidas e rodovias para a implementação de ciclovias. A administração pública municipal precisa assumir, de uma vez por todas, este compromisso com o futuro da cidade”, conclui.
Criada em 2012, a Lei Federal nº 12.587/12 – conhecida como Lei da Mobilidade Urbana – obriga todos os municípios com população acima de 20 mil habitantes a elaborar seus respectivos planos de mobilidade, sob pena de perder os investimentos para a área caso não apresentem o documento no prazo determinado. Previsto para encerrar em 2015, o prazo foi ampliado até 2021. Dentre as diretrizes apresentadas na lei, o uso de meios de transporte não motorizados deve ser uma prioridade. Porém, 9 anos depois, Paulista/PE ainda se encontra sem um plano de mobilidade urbana para a cidade.
Tais desafios enfrentados pela cidade de Paulista/PE ganham força neste 22 de setembro, data em que é celebrado o Dia Mundial sem Carro. Na luta por um futuro com menos carros, mais sustentabilidade e qualidade de vida, a celebração surgiu através da necessidade de rediscutir o expressivo uso de transportes motorizados nas cidades e incentivar o uso de meios de transporte sustentáveis, como forma de reduzir os impactos negativos desses veículos, ampliando a preservação ambiental e a qualidade de vida da população.
Brasil e a necessidade de uma cidade sem carros
Após sofrer uma verdadeira explosão no número de veículos nas últimas três décadas, o Brasil figura dentre os 50 países que mais possuem carros em suas ruas. Com cerca de 1 carro para cada 4 habitantes, o país detém as mesmas contradições urbanísticas decorrentes do uso excessivo deste meio de transporte. Poluição do ar, poluição sonora, congestionamentos no trânsito, acidentes e falta de mobilidade para os pedestres são alguns dos principais problemas das cidades brasileiras, comuns no dia a dia das pessoas.
O grave cenário que se projeta para o planeta nas próximas décadas e, logo, o fortalecimento de campanhas e movimentos em busca de alternativas para a sustentabilidade, motivaram a discussão sobre a necessidade de redesenhar o modelo das cidades sem a presença massiva dos carros. Grandes centros urbanos espalhados pelo mundo como Berlim, Bogotá e Copenhagen já implementaram medidas de contenção da circulação de veículos nas ruas e projetam uma redução completa para as próximas décadas. A tese de que o futuro será sem carros é, a cada dia, mais plausível e necessária.
No Brasil, ações como a Jornada Brasileira Cidade sem Carros, idealizada pelo movimento Rua Viva, tem levantado esta discussão e procurado conscientizar a população e os responsáveis pela administração pública para esta realidade. Contudo, a cultura de consumo aderida em massa pela população nas últimas décadas, a forte participação da indústria automotiva na economia nacional e, principalmente, a precariedade urbanística e a falta de mobilidade nas cidades, são entraves relevantes que dificultam a luta proposta por estes movimentos. Embora a necessidade de construir um modelo de cidade sem carros seja algo inevitável, o Brasil ainda encontra-se distante de atingir tais objetivos.
Um futuro sem carros
Por mais distante e inimaginável que nos possa parecer, é uma realidade: o futuro da humanidade, ao que tudo indica, será sem carros. Parte indispensável do cotidiano de milhões de pessoas e componente da cultura de nossas últimas gerações, os veículos motorizados tendem a ser substituídos por meios de transporte sustentáveis, menos nocivos ao meio ambiente. A razão para esta transformação que se avizinha é clara e indiscutível: nossa sobrevivência depende disso.
Por isso, o Dia Mundial sem Carro existe e ganha ampla adesão a cada ano. Este é o momento de pensarmos de forma coletiva, no bem-estar de todos e na preservação do mundo em que vivemos. Lutar por uma cidade sem carros é garantir a nossa vida e proteger o nosso futuro.