Paulista/PE

Paulista e sua História

Você sabe porquê nossa cidade foi batizada do Paulista? Conhece o “antigo engenho de Manoel Navarro” que é citado em nosso hino? O povo paulistense tem uma história belíssima de força e luta, mas, infelizmente, nem todo mundo tem acesso a esses registros históricos. Ficou curioso e quer saber mais? Aqui embaixo você pode ler e entender um pouco mais sobre a nossa amada cidade!

Qual a importância de conhecer a nossa História?

A identidade de um povo é o pilar que alicerça a sociedade. A consciência sobre as nossas raízes, nossa trajetória e nossa cultura é um aspecto fundamental na construção da identidade e, desse modo, delineia o ato de reconhecer-se enquanto organismo social. Grosso modo, podemos afirmar que um povo sem conhecimento de sua identidade desapropria-se de sua natureza e impõe barreiras intransponíveis ao desenvolvimento e evolução inerentes a qualquer ser humano.

Sob esta ótica, não poderíamos deixar de apresentar um pouco da história de Paulista/PE em nosso Projeto Municipal de Desenvolvimento, de suas origens no período colonial aos dias de hoje, como meio de fortalecer a identidade do município através da preservação de sua memória histórica.

No ano em que completará 85 anos de sua emancipação e com mais de 450 anos de história, Paulista/PE permanece com uma significativa carência de registros históricos, produto da ineficácia do poder público em criar planos consistentes de preservação da memória histórica da cidade.

É um cenário que requer ações enérgicas e urgentes. A população do Paulista precisa de espaços onde possa ter acesso informativo às suas origens. Preservar a nossa história é conhecer a nossa identidade e proporcionar o nosso desenvolvimento.

Quem fundou a cidade do Paulista/PE?

A história de Paulista/PE começa a ser contada no início do século XVI, no período da expansão colonial portuguesa em terras brasileiras. Sob o domínio do rei de Portugal Dom João III, o território onde hoje se encontra o município do Paulista era parte da Capitania de Pernambuco – ou “Nova Lusitânia”. Região originalmente povoada pelos índios Caetés, Cariris e Tabajaras, a Capitania de Pernambuco chegou a abranger territorialmente, ao longo dos anos, porções que hoje correspondem aos estados de Pernambuco, Ceará, Alagoas, Paraíba e Rio Grande do Norte.

O poder de comando da capitania foi outorgado pelo rei D. João III ao militar português Duarte Coelho que, no ano de 1534, assumiu o título de capitão-donatário com plenos poderes sobre a localidade.

Os registros históricos afirmam que Duarte Coelho chegou à Capitania de Pernambuco em 1535, avançando pelo Canal de Santa Cruz até a foz do Rio Igarassu onde travou batalhas com os índios da região antes de fundar a 1ª vila colonial da região: a Vila de Igarassu. Posteriormente, em 1537, Duarte Coelho elevou a povoação de Olinda à categoria de vila, onde residiu por quase 20 anos, antes de adoecer e retornar à Portugal.

Após a sua morte, em 1554, coube a sua esposa, Dona Brites de Albuquerque, comandar a Capitania de Pernambuco. Brites foi a primeira mulher a administrar um território brasileiro oficialmente.

A comitiva que levou Duarte Coelho e seus familiares à Capitania de Pernambuco também contava com a presença de Jerônimo de Albuquerque, cunhado do capitão-donatário. Jerônimo foi o primeiro a possuir as terras que hoje correspondem à cidade do Paulista/PE, por intermédio da concessão de Duarte Coelho, pelos serviços prestados na colonização.

Como um dos mais importantes colonizadores da capitania no processo de expansão portuguesa, Jerônimo foi o responsável pelo estabelecimento da paz entre os índios locais e os portugueses, após casar-se com a índia tabajara Muyrã Ubi (depois batizada com o nome de Maria do Espírito Santo Arcoverde).

De posse das novas terras, ao norte da vila de Olinda, Jerônimo de Albuquerque deu início a fundação de um povoado. Construiu um casarão para servir como sua moradia, uma capela dedicada a Santo Antônio (1559) e um engenho de cana-de-açúcar movido à água.

O engenho foi intitulado de “Engenho Paratibe”, por ter sido construído à margem direita do Rio Paratibe. Dava-se início, então, ao processo de povoamento da região que, séculos depois, se emanciparia sob o nome de “Paulista”.

Por que cidade “do Paulista”?

Com o passar dos anos, a nova freguesia – então com o nome de Paratibe – mudou de nome, passando a chamar-se Paratibe de Cima, sendo gradualmente desmembrada ao longo do tempo. A outra parte, cedida como dote ao português Gonçalo Mendes Leitão após casar-se com Antônia de Albuquerque, filha de Jerônimo de Albuquerque, passou a se chamar Paratibe de Baixo.

O território de amplitude extensa, foi se expandindo pouco a pouco, no entorno dos Montes Maranguapes e às margens dos rios Paratibe e Timbó.

Posteriormente, após atravessar toda uma geração sob o domínio da família de Mendes Leitão, com a morte do patriarca Gonçalo Mendes, diversos lotes de terra foram vendidos. Em Paratibe de Cima, grande parte do território passou a ser propriedade do Coronel Francisco Berenguer, ao passo que a totalidade territorial de Paratibe de Baixo foi adquirida pelo mestre de campo João Fernandes Vieira.

Figura importante no combate à invasão holandesa através da Insurreição Pernambucana (1645-1654), João Fernandes Vieira morava no povoado de Maranguape, onde – após comprar os terrenos de Paratibe de Baixo – construiu um sobrado e a capela de Nossa Senhora dos Prazeres, hoje em ruínas. Com o seu falecimento (1681) e de sua esposa (1689), o território mais uma vez foi posto à venda, dessa vez sendo adquirido pelo mestre de campo Manuel Álvares de Moraes Navarro. Era a chegada do “Paulista”

Natural da Capitania de São Paulo, Manuel Álvares de Moraes Navarro – o “Paulista” – foi um mestre de campo enviado pela coroa portuguesa à Capitania de Pernambuco para comandar uma expedição de confronto aos escravos foragidos e organizados nos quilombos.

A “Campanha dos Palmares”, como ficou conhecida, foi marcada por terríveis atos de violência que culminaram com a prisão de Manuel Álvares na cidade do Recife, em 1701, devido a sua desmedida agressividade para com os índios da região. Após deixar o cárcere, o “Paulista” abandonou a vida militar e dedicou-se à agricultura, adquirindo os terrenos que pertenciam ao, então falecido, João Fernandes Vieira. O antigo “Engenho de Paratibe de Baixo” passou então a se chamar “Engenho do Paulista”.

Eixo central da produção na região, o Engenho do Paulista se tornou um organismo vivo no cotidiano dos moradores, proporcionando a perpetuação do termo “do Paulista” no vocabulário popular e dando origem ao nome que hoje a cidade ostenta.

Malunguinhos e Mulambos: O que significa? Paulista nos tempos da Escravidão

A região da Mata Norte Pernambucana foi palco de duros confrontos durante o período da escravidão. Os “Malunguinhos”, como eram conhecidos os negros que fugiam dos engenhos e se organizavam em quilombos, nasceram às margens da cidade do Recife, no além-Beberibe e faziam uso da vegetação local para se protegerem dos colonizadores e organizarem suas frentes de combate.

Os mucambos, como eram conhecidas as moradias improvisadas dos negros rebeldes, se estendiam a noroeste da cidade do Recife subindo ao norte, ladeando as regiões dos engenhos de Paratibe de Cima, Timbó, Jardim, entre outros.

O que foi a Revolução de 1817?

O movimento separatista de combate à monarquia mais relevante de nossa história nacional foi a Revolução Pernambucana de 1817. Também conhecido como Revolução dos Padres, o movimento desestabilizou a estrutura da coroa portuguesa em seus últimos anos.

Como forma de aprofundar a preservação de nossa memória local, através das figuras importantes que aqui viveram, é importante destacar a participação do Padre João Ribeiro Pessoa de Melo Montenegro na Revolução. Intelectual de base iluminista, o Pe.

João Ribeiro Pessoa era um morador da região hoje atribuída a cidade do Paulista/PE. Grande propagador dos ideais libertários, o padre costumava fazer seus discursos inflamados no Engenho Paulista, como forma de atrair mais adeptos para a causa revolucionária.

Sua saga, porém, chegou ao fim em 20 de Maio de 1817 quando, ao ser noticiado da derrota da movimento, enforcou-se e foi sepultado ao lado da capela do Engenho Paulista. Seu corpo, contudo, foi desenterrado e mutilado; sua cabeça foi separada do tronco e exposta no pelourinho do Recife, como uma forma de punição aos revoltosos.

Apenas no ano de 2001, quase 200 anos após a tragédia, o crânio do Pe. João Ribeiro Pessoa foi sepultado novamente, em um túmulo construído especialmente para ele na igreja de Santa Isabel, no Centro do Paulista/PE.

Paulista Industrial: Quem foram os Lundgren?

O final do século XIX foi um período de profundas alterações no panorama nacional e a região do Paulista também sentiu o impacto dessas transformações. O fim da monarquia com o advento da república, a abolição da escravatura e o início da revolução industrial no Brasil foram alguns dos marcos históricos que reconfiguraram completamente o cenário social, político e econômico da nação.

Na região do Paulista estas mudanças foram intensas e, desde o seu início, já esboçavam seu o imenso potencial transformador, com a chegada do sueco Herman Theodor Lundgren. De origem europeia, mas naturalizado brasileiro há quase meio século, o patriarca dos Lundgren se estabeleceu com sua esposa e cinco filhos na região do Paulista em 1904, após comprar a pioneira “Fábrica de Tecidos Paulista”.

Até então de propriedade da Padilha e Cia LTDA, a primeira indústria têxtil da região contava com mais de 2 mil funcionários mas estava a beira da falência. Com a transferência da posse para os Lundgren, a fábrica – agora renomeada para C.T.P. (Companhia de Tecidos Paulista) – retomou sua escalada de crescimento, diversificando sua produção, aumentando significativamente a mão-de-obra e fazendo uso dos métodos inovadores inspirados na Revolução Industrial Europeia para criar uma grande rede de distribuição, abastecimento e fortalecimento da estrutura social. Com o passar dos anos, os Lundgren passarem a ser o grupo mais influente da região, não apenas na indústria mas em todos os segmentos da sociedade local.

É importante frisar que, neste período, Paulista ainda era um distrito pertencente ao município de Olinda. Razão pela qual havia uma extrema carência de serviços públicos essenciais, como educação, saúde, moradia, dentre outros. Apenas com a consolidação dos Lundgren à frente da C.T.P., a região passou a incorporar novos empreendimentos.

A eficiência empreendedora da família, inicialmente através do patriarca, Herman, sendo sucedido posteriormente pelos filhos Alberto, Frederico e Arthur Lundgren, elevou exponencialmente o sucesso da C.T.P, atraindo milhares de trabalhadores que iam ao distrito do Paulista em busca de novas oportunidades.

Deste modo, os Lundgren sentiram a necessidade de expandir a estrutura do distrito, tanto para facilitar o grande fluxo de materiais – com a melhoria dos 32 quilômetros da malha ferroviária para o trânsito das locomotivas, com a construção do Porto Arthur para o transporte hidroviário -, como para garantir a estadia dos operários. Neste período centenas de conjuntos habitacionais foram criados próximos às fábricas da C.T.P. para abrigar os trabalhadores que vinham aos montes de outras cidades.

Alguns destes conjuntos deram origem a alguns bairros até hoje existentes. Neste período também foi construída a Policlínica Anna Elizabeth, intitulada com este nome em homenagem à esposa de Herman Lundgren.

O que foi a C.T.P?

A Companhia de Tecidos Paulista – C.T.P. – foi o maior empreendimento industrial de toda a história de Paulista/PE. Segundo os relatos históricos, a companhia chegou a possuir, em seu auge, um efetivo de mais de 20 mil funcionários, oriundos de diversas cidades do interior de Pernambuco e da Paraíba.

Fortemente inspirada pelo conceito da revolução industrial europeia, a C.T.P. fornecia moradia próxima às fábricas para facilitar o deslocamento e tornar-se preponderante no cotidiano dos seus funcionários. Outra característica singular da C.T.P. era o dinamismo que ela proporcionava ao distrito.

As locomotivas que cruzavam a região, da Estação de Chã de Dentro à Rua da Aldeia e Rua de São Jorge, passando pelos povoados de Arregalado, Engenho Novo, Pindobinha, dentre outros, carregando matéria-prima para a confecção textil, produtos prontos para serem entregues nas regiões mais próximas, geravam uma movimentação que atribuía uma vitalidade ao distrito inexistente até então. Os anos em que a C.T.P. esteve no auge, correspondendo juntamente com a Companhia de Tecidos Rio Tinto (localizada na Paraíba, hoje desativada) no maior complexo têxtil da América do Sul, foi um período de forte crescimento populacional e econômico do distrito do Paulista/PE.

Você lembra das Lojas Pernambucanas?

Contudo, mesmo com este absoluto sucesso na indústria, foi no varejo que os Lundgren se consagraram e levaram o nome de Paulista para todo o Brasil. Em 1908, após a morte do patriarca Herman Lundgren, seus filhos deram continuidade ao seu legado, através da fundação das “Lojas Paulista”. Sediada inicialmente na praça Frederico Lundgren, próxima a Casa Grande da família, a primeira “Loja Paulista” foi construída no estilo neo-barroco e posteriormente transferida para uma edificação de maior porte localizada na Praça João Pessoa.

Idealizada para se tornar competitiva, a Loja Paulista cresceu rapidamente, devido a qualidade de seu material, preços competitivos e modalidades modernas de pagamento à época, como a utilização do parcelamento através do crediário, proporcionando aos mais pobres a capacidade de também ter acesso aos tecidos ofertados pela empresa.

Desse modo, em poucos anos já haviam diversas Lojas Paulista espalhadas por todo o Brasil. Com o passar do tempo, o empreendimento passou a se chamar “Lojas Pernambucanas”, com foco prioritário na região Sul e Sudeste do país. Em seu auge, nos anos 70, as Lojas Pernambucanas atingiram a marca de 800 lojas e 40.000 funcionários.

Trabalhismo em Paulista/PE

As modernizações trabalhistas implementadas por Getúlio Vargas (1930 à 1945), no período em que esteve na presidência do Brasil, transformaram as relações entre patrões e funcionários em todo o país. Em Paulista não foi diferente. Instigados a reivindicarem seus direitos, os operários da C.T.P. travaram duras lutas com os Lundgren pelo direito de se organizarem em um sindicato. Até então com poder absoluto sobre as relações de trabalho na região, os empreendimentos dos Lundgren eram marcados por jornadas exaustivas de trabalho, baixos salários, precariedade nas condições de habitação, sem qualquer garantia aos trabalhadores.

Insatisfeitos com as mudanças a nível nacional, os Lundgren se opuseram duramente às exigências da classe trabalhadora. Este período foi marcado por diversos embates, destacando-se o incêndio na casa de um dos articuladores sindicais, o secretário Genuíno Fialho de Azevedo.

A luta pela garantia das proteções trabalhistas através da criação de um sindicato trouxe à luz o reconhecimento de algumas figuras importantes, como o Padre Manoel Gonçalves, Severino Cunha Primo e Antônio Torres Galvão.

Após anos de confronto e com o apadrinhamento e proteção de Agamenon Magalhães, então Governador do Estado de Pernambuco, em 1940 foi fundado o Sindicato dos Trabalhadores da Fiação e Tecelagem do Paulista e Igarassu. Era o início de uma nova fase.

Arquitetura da “Cidade das Chaminés”

Desde o estabelecimento da família Lundgren na região, o distrito do Paulista transformou-se radicalmente. Outrora de aspecto rural, com suas praias, sítios, engenhos, rios e uma vasta extensão de mata fechada, com a transformação industrial este cenário passou, gradualmente, a assumir feições urbanísticas. Os Lundgren foram os responsáveis diretos pela construção de casarões, praças, prédios públicos, igrejas e conjuntos habitacionais que, ainda hoje, fazem parte da composição arquitetônica da cidade.

Pelas influências estéticas e culturais que possuíam, as construções promovidas pela família sueca sempre passavam pelo crivo técnico antes de saírem do papel. As construções deste período são marcadas por uma modernização eclética, com componentes de diversos estilos distintos, como o barroco, o neoclássico e o neogótico. A fusão destes prédios históricos com as chaminés das usinas e a arquitetura fabril atribuem à Paulista um quadro exótico que atrai a atenção de todos que visitam a cidade.

Quando Paulista/PE se tornou um Município?

Devido à carência de planos consistentes para a preservação da memória histórica da cidade, ainda hoje, muitos moradores desconhecem que Paulista passou um longo período sendo um distrito do município de Olinda, razão pela qual em muitos pontos as histórias das duas cidades aparecem interligadas.

No início do século 20 Paulista/PE já detinha todas as condições para buscar sua emancipação, tanto do ponto de vista histórico quanto do ponto de vista político e econômico. Contudo, a emancipação não foi tão fácil.

Em 1929 foi decretada a elevação do distrito do Paulista à cidade independente pela primeira vez mas a conquista durou pouco tempo, com a extinção do município em 1931, retornando a se caracterizar como distrito vinculado à Olinda. Apenas em 1935 Paulista/PE foi novamente desmembrada de Olinda e se tornou, definitivamente, uma cidade emancipada.

Sob força de decreto, Paulista inicialmente possuía apenas três distritos: o distrito de Paulista (distrito-sede), o distrito da Praia da Conceição e o distrito de Maricota (hoje Abreu e Lima). Com o passar dos anos, uma série de alterações foram feitas na configuração original da cidade, com o desmembramento de distritos que também se tornaram municípios independentes e a incorporação de outras localidades e suas respectivas elevações a categoria de bairros.

Esta formação e estrutura administrativa consolidou-se apenas em 1993, com a promulgação da Lei nº 3.198/93 que subdividiu a cidade do Paulista em quatro regiões principais, atreladas aos seus respectivos bairros. São elas:

  • 1ª Região: Paulista Centro, Nobre e Vila Torres Galvão;
  • 2ª Região: Paratibe, Arthur Lundgren I e II, Jardim Paulista, Mirueira e Jaguaribe;
  • 3ª Região: Maranguape I e II, Jardim Maranguape, Engenho Maranguape, Fragoso e Jaguarana;
  • 4ª Região: Enseadinha, Tururu, Janga, Pau Amarelo, Nossa Senhora do Ó, Conceição e Maria Farinha.

Como era a Paulista/PE do século 20?

Após sua emancipação, Paulista/PE ainda haveria de trilhar um longo caminho até que pudesse atender completamente às necessidades de sua população. A cidade carecia de hospitais, escolas, rede de esgoto, distribuição eficiente de energia elétrica e água, dentre outras questões. O período entre a década de 30 e a década de 80 foi marcado por estas conquistas.

Foi também o período em que Paulista conheceu grande parte das personalidades que por ela lutaram e hoje são lembradas nos nomes das ruas, dos bairros e escolas. Dentre as mais importantes conquistas encontra-se a criação do Grupo Escolar Dantas Barreto, da Escola José Firmino da Veiga, a implantação da Escola Industrial do SENAI, através do Centro Regional de Tecnologia Têxtil, o início da atuação das empresas CELPE e COMPESA na distribuição de energia e água para toda a extensão do município, a restauração do antigo Cemitério Público São José, o Polo Industrial Comendador Arthur Lundgren, etc.

Também neste período, em 1950, foi inaugurada a belíssima Capela de Santa Isabel, no coração da cidade do Paulista/PE. A igreja foi construída pelos Lundgren em homenagem a sua matriarca, Anna Elizabeth. Originalmente, a pretensão era batizá-la por “Capela de Santa Elizabeth”, porém, desconhecendo a existência de uma santa com este nome, os Lundgren acabaram pondo o nome de Capela de Santa Isabel, padroeira de Portugal. Também construída sob a base eclética dos estilos neoclássico, romano e neogótico, a igreja atrai a atenção de todos que por ela passam e é, hoje, o principal ponto turístico do município

Do ponto de vista econômico, a cidade do Paulista, que por décadas se desenvolveu através de seu potencial industrial, sofreu os efeitos do intenso processo de desindustrialização que atingiu o Brasil nos últimos 40 anos.

Como uma triste consequência das políticas neoliberais que tomaram conta do debate político nas últimas décadas, diversos setores da indústria desapareceram ou perderam sua capacidade produtiva. Com o passar dos anos, a “Cidade das chaminés” perdeu força. Desde então, Paulista tem como principal matriz econômica o setor do comércio e serviços.

Prédios Históricos de Paulista/PE

Com mais de 450 anos de história, Paulista tem uma história profunda e extremamente enriquecedora do ponto de vista cultural. Através de seus prédios, igrejas e outras construções, Paulista conserva, ainda que com muita dificuldade, sua memória. Dentre os monumentos históricos mais importantes, podemos elencar:

  • Igreja de Santa Isabel (1950)
  • Capela de Santo Antônio (1559)
  • Ruínas da Igreja de Nossa Senhora dos Prazeres (1656)
  • Igreja de Nossa Senhora da Conceição dos Médicos – Capela do Janga
  • Igreja de Nossa Senhora do Ó (1811)
  • Igreja de Nossa Senhora da Conceição (1842)
  • Igreja de São João da Barra Mansa (1888)
  • Forte de Pau Amarelo – Fortaleza de Nossa Senhora dos Prazeres (1719)
  • Casarão e Jardim dos Coronéis (por volta de 1932)

Pessoas que fazem parte da História do Paulista Pernambuco

A construção da identidade de um povo só é possível através da participação popular. Ao longo de todos esses anos, Paulista pôde contar com diversos personagens que fizeram de suas vidas um ato de dedicação pelo crescimento de seu povo e pela preservação de suas raízes.

Este espaço final de introdução breve à história do Paulista em nosso Projeto Municipal de Desenvolvimento será dedicado a eles, como uma forma de prestar nossa homenagem e manter viva a sua lembrança. Não sendo possível ter acesso ou lembrar o nome de todos aqueles que contribuíram com a história da cidade do Paulista/PE, listamos abaixo aqueles de maior destaque:

  • Ademir Cunha, deputado
  • Antônio Ferreira, vereador
  • Antônio Torres Galvão, deputado
  • Coronel Berenguer, dono de terras do distrito do Paulista
  • Diomedes Vieira Diniz, professor
  • Dona Amara (“dos Anjos”), cidadã paulistense protetora dos órfãos
  • Geraldo Pinho Alves, médico
  • Geraldo Sobral “Pelado”, vereador
  • Herman Theodor Lundgren e todos os seus familiares.
  • Irene Figueiroa Mendes, professora
  • Irmã Antonieta, freira
  • Irmã Bartolomina, freira
  • Irmã Modesta, freira
  • Irmã Regina, freira
  • João Moreno, sindicalista
  • José Firmino da Veiga, vereador e prefeito do Paulista
  • Manoel “Maneco”, jornalista
  • Manoel Alves de Moraes Navarro, o “Paulista”
  • Manoel da “Seda”, empresário
  • Manoel Gonçalves, “Seu Nequinho”, vereador e prefeito do Paulista
  • Maria José Veiga e Luzia Maria, professoras
  • Nanci Gomes, “Biluca”, ativista em prol dos mais pobres
  • Padre Luís Galvão (Padre Lula)
  • Pedro Carneiro, “Seu Carneirinho”, ex funcionário da C.T.P.
  • Severino Cunha Primo, operário
  • Thiago Mendonça Filho, Artista Plástico
  • Zé Mago, fundador da Associação dos Aposentados e Pensionistas do Paulista

Aspectos Gerais

Como encontrar Paulista?

Localização: Paulista situa-se no litoral norte da Região Metropolitana do Recife. Suas regiões limítrofes são:

– Ao norte: municípios de Abreu e Lima e Igarassu
– Ao Sul: municípios de Olinda, Recife e Camaragibe
– Ao Leste: Oceano Atlântico
– Ao Oeste: município de Paudalho

Qual o tamanho de Paulista?

Área: 93.518 Km²
Costa: 14 Km de praias

Como chegar em Paulista?

Vias de Acesso: BR-101; PE-01; PE-15; PE-022

Qual o clima de Paulista?

Tropical com chuvas de inverno entre Maio e Agosto.

Quais os símbolos da cidade?

Emblemas Cívicos: A Bandeira, o Escudo e o Hino Oficial.

Bandeira: Cores amarelo, azul, marrom e branco. Lema: “Ordem e Trabalho”, gravado no escudo localizado no centro da bandeira, entre duas faixas cruzadas. Criação do artista Mestre Hildebrando Eugênio;

Escudo: Roda denteada com chaminés entrelaçadas com dois ramos de algodoeiro no centro.

Qual o hino de Paulista?

Letra e música compostas por Joel Andrade e arranjo musical do Maestro Dimas Sedícias
O antigo Engenho de Manuel Navarro
Cresceu e para o mundo despontou
É hoje palco de um progresso imensurável
Paulista, símbolo da graça e do labor!
Em teu rico solo, o choro é riso
Doce paraíso encantador
Onde os dias têm mais luz
Onde as estrelas têm mais fulgor
Em cima, o céu é mais azul, é mais bonito
Em baixo, a brisa tem aroma de eucalipto
Teu povo é mais ordeiro e mais gentil
Paulista, fração linda do Brasil
Qual grande lençol verde se agitando
Teu mar faz do teu leste atração
Enquanto o Sol que é bem mais Sol sobre teu solo
Esquenta o ar, esquenta a vida esquenta o chão
És o apogeu de um sonho lindo
Esplendor de um dia de verão
Onde a paz reside em paz
Onde as roseiras bem mais rosas dão
Em cima, o céu é mais azul e mais bonito
Embaixo, a brisa tem aroma de eucalipto
Teu povo é mais ordeiro e mais gentil
Paulista, fração linda do Brasil!

Qual a população de Paulista?

– População estimada (2019): 331.774 pessoas
– População no último censo (2010): 300.466 pessoas
– Densidade demográfica (2010): 3.087,66 hab/km²

No comparativo com outros municípios, Paulista ocupa a 79ª posição no ranking das cidades mais populosas do Brasil; no estado de Pernambuco, Paulista é a 5ª cidade mais populosa e a 4ª dentre as oito cidades que compõem a microrregião da qual faz parte.

Qual a renda média mensal da população de Paulista?

– Salário médio mensal dos trabalhadores formais (2018): 1,9 salários mínimos
– Pessoal ocupado (2018): 35.441 pessoas
– População ocupada (2018): 10,8%
– Percentual da população com rendimento nominal mensal per capita de até ½ salário mínimo (2010): 40,4%

No comparativo com outros municípios, Paulista ocupa a 2678ª posição no ranking do salário médio mensal dos trabalhadores formais de todo o Brasil; no estado de Pernambuco ocupa a 28ª posição e a 5ª posição na sua microrregião.

Educação: quais são os índices educacionais de Paulista?

– Taxa de escolarização de 06 a 14 anos de idade (2010): 97,9%
– IDEB – Anos iniciais do ensino fundamental (Rede pública – 2017): 4,7
– IDEB – Anos finais do ensino fundamental (Rede pública – 2017): 4,1
– Matrículas no ensino fundamental (2018): 36.313 matrículas
– Matrículas no ensino médio (2018): 10.542 matrículas
– Docentes no ensino fundamental (2018): 1781 docentes
– Docentes no ensino médio (2018): 595 docentes
– Número de estabelecimentos de ensino fundamental (2018): 159 escolas
– Número de estabelecimentos de ensino médio (2018): 40 escolas

No comparativo com outros municípios, a educação do Paulista ocupa a 2237ª posição no ranking nacional, a 22ª posição no estado de Pernambuco e a 1ª posição na sua microrregião.

Economia: como anda a economia da cidade de Paulista?

– PIB per capita (2017): R$ 12.240,33
– Percentual das receitas oriundas de fontes externas (2015): 71,4%
– Índice de Desenvolvimento Humano Municipal – IDHM (2010): 0,732
– Total de receitas realizadas (2017): R$ 501.021,01 (x1000)
– Total de despesas empenhadas (2017): R$ 457.524,10 (x1000)

Saúde: qual a situação da saúde pública em Paulista?

– Mortalidade infantil (2017): 12,61 óbitos por mil nascidos vivos
– Internações por diarreia (2016): 0,4 internações por mil habitantes
– Estabelecimentos de Saúde – SUS (2009): 53 estabelecimentos

No comparativo com outros municípios, a mortalidade infantil em Paulista ocupa a 2462ª posição no ranking nacional, a 87ª posição no estado de Pernambuco e a 3ª na sua microrregião.

O que mais você precisa saber sobre Paulista?

– Área de unidade territorial (2019): 96,979 km²
– Esgotamento sanitário adequado (2010): 60,8%
– Arborização de vias públicas (2010): 41,7%
– Urbanização de vias públicas (2010): 20,8%
– Bioma (2019): Mata Atlântica
– Sistema Costeiro-Marinho (2019): Pertence

No comparativo com outros municípios, a área de unidade territorial do Paulista ocupa a 5169ª posição no ranking nacional, a 161ª posição no estado de Pernambuco e a 6ª na sua microrregião.