A necessidade de se pensar uma solução para o avanço do mar, nas vias costeiras do Estado de Pernambuco, e assegurar a capacidade social, turística e principalmente ambiental das praias urbanas do estado, era uma preocupação que sempre permeou a vida do vereador Fábio Barros. Biólogo, com especialidade em oceonografia, ele sempre observou o processo erosivo a que as praias se encontravam, principalmente no seu município em Paulista, onde dos 14km de via costeira, 7km já se encontravam em estado grave.
No seu primeiro mandato como vereador, em 2009, foi convidado pelo Governo do Estado de Pernambuco a fazer parte de uma grande comissão onde se discutiria o problema da erosão costeira no estado. Nessa comissão políticos, técnicos, pesquisadores da UFPE e UFRJ, todos coordenados pelo Ministério Público Federal, buscavam soluções ao problema que só se agravava ao longo dos anos. Foi quando fugindo de antigos modelos implantados no estado que aparentemente continham o avanço do mar, mas traziam como consequências o efeito dominó em municípios vizinhos, sentiu a necessidade de buscar novas tecnologias.
Na época fazendo parte do Parlamento Metropolitano, conselho onde as 14 câmaras da Região Metropolitana do Recife reúnem-se para tratar de assuntos comuns aos municípios, Fábio representava a Câmara Municipal dos Vereadores do Paulista e propôs as primeiras audiências públicas sobre o assunto. Assim conheceu e deparou-se pela primeira vez com a técnica do Bagwall.
A técnica, utilizada em cidades como Fortaleza e Maceió, começava a se apresentar como uma boa solução para conter o avanço do mar. Através de blocos de concretos em forma de escadaria gerando um dissipador de energia de onda fazendo com que a onda retornasse com a mesma força e intensidade, quebrando as ondas seguintes, mudou paradigmas no estado. O principal motivo era ser eficiente e econômica, comparada as outras técnicas existentes. Enquanto em outras tecnologias o gasto pode chegar a 1 milhão e meio ao ano com manutenção, com o Bagwall pode-se chegar a 30 anos sem manutenção.
Com recursos do Ministério da Integração, que chegam a somar um valor total de 26 milhões de reais, tornou-se real a oportunidade de colocar em prática essa nova tecnologia no município do Paulista. Hoje, dois anos após implantação do projeto nas praias do Janga e Pau Amarelo, pesquisadores da UFPE já observam avanços e começam a colher os primeiros resultados na orla do município.