Patrimônios históricos de Paulista/PE estão ameaçados pela falta de políticas públicas

Nesta segunda-feira (17) é comemorado no Brasil o Dia Nacional do Patrimônio Histórico. A data criada em 1988 reconhece a importância cultural de bens materiais e imateriais que fazem parte da história e da cultura de uma sociedade. Aproveitamos a oportunidade para destacar o rico patrimônio histórico de Paulista/PE e apontar a necessidade de preservação desses pontos para a manutenção da história do município.

O pré-candidato a prefeito da cidade de Paulista/PE Fábio Barros fala sobre a preocupação com o legado da cidade, que pode deixar de existir, caso não seja enxergado pela população e pelo Poder Público.

“A trajetória de um lugar ou de um povo pode ser contada também por meio de espaços físicos. A preservação é fundamental para que os moradores possam entender o que foi e o que é a cidade em que vivem e para que pessoas que queiram aprender sobre a história do local tenham essa possibilidade”, falou Fábio.

Patrimônio histórico de Paulista/PE

O município de Paulista/PE apresenta um patrimônio histórico composto por aproximadamente doze unidades, de acordo com a pesquisa “Educação Patrimonial no Município do Paulista/PE” feita por professores e alunos da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Entre esses espaços, estão igrejas, imóveis e casas, por exemplo.

Do número de construções encontradas, no entanto, apenas o Forte de Pau Amarelo e a Igreja Matriz de Santa Isabel são tombados e, por isso, protegidos por lei. O primeiro foi reconhecido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 1938, enquanto a Igreja teve o reconhecimento mais recentemente, em 2018, pelo Conselho Estadual de Preservação do Patrimônio Cultural (CEPPC).

O patrimônio histórico da cidade encontra-se bem distribuído e conta diferentes épocas e fases de Paulista/PE. A Matriz N. Sra. do Ó, por exemplo, localizada na praia do Ó, em Pau Amarelo, foi construída em 1881 por moradores da área. Já o Porto Arthur, localizado na margem do rio Timbó, foi o principal ponto de transporte de produtos da Fábrica Paulista e da Usina Central Timbó e de outras fábricas da família Lundgren no século XX.

Necessidade de proteção

Um exemplo do que pode ocorrer sem a política de preservação garantida pelo tombamento é o caso da Capela de São João da Barra Mansa localizada nas proximidades do Canal de Maria Farinha, na rua Afonso Pena. A arquitetura original do prédio passou por uma série de alterações, em razão de reformas sofridas em 1990, que comprometeram a obra original.

As medidas protecionistas, mais conhecidas por meio do processo de tombamento, protegem o patrimônio cultural quando a conservação é de interesse público, seja por vinculação a fatos memoráveis da história do Brasil, por valor arqueológico ou etnográfico, bibliográfico ou artístico. O reconhecimento pode ser feito pela administração federal, estadual e municipal.

Outra ferramenta efetiva para a proteção do patrimônio sem instrumentação jurídica é a educação patrimonial. Trata-se de envolver e conscientizar a população local na importância daquele bem, criando uma sensação de pertencimento e desenvolvendo neles verdadeiros agentes ativos na preservação. Fábio Barros comenta como essas ações podem ser realizadas.

“As pessoas precisam sentir que aquilo as pertence para se envolver de fato no cuidado, então precisamos primeiro mostrar que esses lugares existem e explicar a sua importância. Além desse valor histórico, devemos colocar em prática o enorme potencial turístico e econômico que eles têm para a cidade de Paulista/PE. Junto ao acervo natural riquíssimo que a cidade também possui, é possível criar um roteiro turístico atrativo que envolva também a população”, disse o pré-candidato a prefeito.