Proteção da biodiversidade garante o presente e o futuro da espécie humana

A manutenção da existência na Terra está profundamente ligada à relação equilibrada entre todos os tipos de vida. Espécies de plantas, animais, fungos e até micro-organismos como as bactérias realizam trabalhos conjuntos e, são responsáveis pelas condições físicas e matérias-primas que garantem a sobrevivência humana, como água, alimentação e medicamentos, por exemplo.

A riqueza de variedades do mundo natural é definida como a biodiversidade. É o conjunto de todas as formas de vida disponíveis no planeta e que estão de certa forma, interligadas. O foco do ser humano na sua própria espécie, no entanto, estabelece uma relação vertical com os outros bens naturais, assumindo uma postura de dominação e onipotência, desmantelando assim o equilíbrio que deveria existir.

Para promover a conscientização sobre a importância da diversidade biológica, a convivência harmônica entre espécies e a preservação da biodiversidade em todos os ecossistemas, a Organização das Nações Unidas (ONU) criou, em 22 de maio de 1992, o Dia Internacional da Biodiversidade. Desde então, a entidade tem estimulado as Nações a gerirem a riqueza natural que dispõe nos territórios em benefício do bem estar da sociedade a partir de uma relação de integração com a natureza e não de controle.

A intervenção humana no meio ambiente é responsável pela extinção de muitas espécies vegetais e animais. A poluição, o uso excessivo dos recursos naturais, a expansão da fronteira agrícola em detrimento dos habitats naturais, a expansão urbana e industrial, por exemplo, são as principais causas do desaparecimento dessas formas de vida. O Brasil, país com a maior biodiversidade de flora e fauna do planeta, tem assistido o mais importante tesouro natural do mundo, que é a floresta Amazônica ser destruída pelo desmatamento.

De acordo com dados do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), o desmatamento da floresta amazônica no último mês de abril foi o maior em 10 anos, cerca de 529 km² de floresta derrubada. Os números representam também um aumento de 171% em comparação ao mesmo período de 2019. É importante destacar que grande parte do desflorestamento ocorreu em terras protegidas pela legislação, o que nos faz apontar para a necessidade de vigilância e proteção constante.

Reservas ricas em biodiversidade e sob proteção em outros lugares do país também estão sob ameaça, é o que diz o biólogo, Fábio Barros. “Nós temos hoje em Paulista/PE seis Unidades de Conservação Municipal que foram criadas no período em que desenvolvemos a política municipal do meio ambiente fazendo com que a cidade tenha sobre a área total protegida 42% de todo o município. São áreas definitivamente protegidas, boa parte é Mata Atlântica ou estuário, mas que sofrem muita pressão antrópica, que é a pressão da intervenção praticada pelo homem, e são ameaçadas pelo processo de destruição da biodiversidade”, disse.

O trabalho em conjunto entre diversos atores da sociedade é definitivamente importante para a preservação dos ecossistemas, mas a participação do poder público se mostra essencial. “Um grande desafio não é só criar leis, mas principalmente fazer essas leis se efetivarem. Precisamos de uma política séria, com ações diretas para a conservação proteção e, sobretudo, sobre o melhor uso sustentável dessas áreas”, completou Fábio.