O município de Paulista/PE tem uma área de Mata Atlântica e ecossistemas associados que equivale a três mil vezes o tamanho de um campo de futebol, cerca de 3.057 hectares. O espaço ainda existente corresponde a pouco mais de 30% dos 9.731 hectares, território total do município. Os dados são originados do “Atlas da Mata Atlântica”, projeto que gera relatórios anuais sobre o estado de conservação da floresta em todo o país.
Além de Paulista, a Mata Atlântica está presente em mais 3.428 municípios do Brasil, em 17 estados da federação, abrangendo cerca de 15% do território nacional, é o que mostram os números levantados pela Fundação SOS Mata Atlântica. Mesmo assim, hoje restam apenas 12,4% da extensão original da floresta, que era, antes da invasão portuguesa, a segunda maior floresta tropical do Brasil, abrangendo uma área contínua de aproximadamente 1.315.460 km².
Para lembrar da importância do monitoramento e recuperação de um dos grandes biomas brasileiros e de uma das florestas mais ricas em biodiversidade do planeta, o dia 27 de maio é marcado como o Dia Nacional da Mata Atlântica. Embora seja perceptível a diminuição crescente da extensão das terras preservadas ao longo do tempo, este ano existem ainda menos motivos para comemorar.
O projeto predatório, de devastação e transformação dos recursos naturais do presidente da República, coloca, não só a Mata Atlântica, mas todo o patrimônio nacional ligado ao meio ambiente sob ameaça. Esse propósito pode ser observado a partir do posicionamento do próprio ministro da pasta, Ricardo Salles, que em reunião ministerial, divulgada no último dia 22, disse que o governo deveria aproveitar o momento em que as atenções estão voltadas para o coronavírus para promover mudanças na área de proteção ao meio ambiente.
Se por um lado, ações visivelmente contrárias à preservação da biodiversidade brasileira contribuem diretamente para intensificar a interferência do homem na natureza, a omissão, manifestada na falta de políticas do Poder Público em nível estadual e municipal, acaba por favorecer a escalada de destruição.
“Apesar da existência da Lei da Mata Atlântica (11.428/2006), criada para regulamentar a proteção e uso da biodiversidade e recursos dessa floresta, sem medidas efetivas das gestões, ela fica apenas no papel. Em Paulista/PE nós temos um verdadeiro tesouro natural, um patrimônio nacional reconhecido pela Constituição de 1988 e que precisa ser defendido”, disse o presidente da Câmara de Vereadores de Paulista/PE e biólogo Fábio Barros.
A preservação das florestas é necessária para a existência de vida no Brasil e no mundo. Delas dependem serviços essenciais como abastecimento de água, regulação do clima, agricultura, pesca, energia elétrica e turismo. Mas não só isso, a Mata Atlântica ainda possui a peculiaridade de abrigar cerca de 72% da população brasileira, estando próxima a centros urbanos, como Paulista/PE, tem também grande importância econômica.