Passagem B tira mercado de trabalho dos paulistenses

Passagem B tira mercado de trabalho dos paulistenses

“Já é a segunda vez que não sou contratado numa empresa no Recife porque moro aqui e a passagem do ônibus é 4,70. A empresa não quer aceitar porque vai ter que pagar mais caro no vale transporte”, disse Anderson Oliveira, desempregado há um ano e meio e morador do Engenho Maranguape.

O problema de Anderson é a realidade de todos os trabalhadores do Paulista que tentam uma oportunidade de trabalho no Recife e de famílias que têm a renda comprometida pela tarifa B dos ônibus.

De acordo com dados de 2018 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), o gasto com deslocamento é o segundo maior dos lares brasileiros: são destinados em média 18,1% de gastos a despesas do tipo, perdendo apenas para moradia, com 36,6%. Além da péssima qualidade do serviço — ônibus superlotados, sem ar-condicionado, segurança e em atrasos constantes —, no Paulista, os moradores sofrem com uma tarifa injusta e desproporcional.

O município de Moreno, por exemplo, distante 25 km do Recife, opera com a tarifa A (3,45), enquanto no Paulista, mais próxima da capital, 16 km de distância, os ônibus cobram o anel B. A redução do preço da passagem é uma reivindicação antiga na atuação política de Fábio Barros, que desenvolve desde 2018 a campanha “Por uma tarifa justa”, responsável por arrecadar milhares de assinaturas de usuários do sistema insatisfeitos com a situação.

“Lutamos pela redução do preço da passagem há muito tempo. Inclusive, entreguei ao Governador Paulo Câmara um abaixo-assinado com mais de 25.000 assinaturas de usuários solicitando a redução da tarifa, mas até agora nada. O atual prefeito Junior Matuto não move uma palha em defesa da redução da passagem”, disse Fábio, pré-candidato à prefeitura da cidade.

A defesa da pauta é importante para a população, não só pelo desfalque financeiro que provoca no orçamento familiar, mas, porque uma tarifa justa possibilita a democratização do acesso aos espaços da cidade, estimulando a movimentação das pessoas pelos locais, consequentemente do comércio e da economia. O ganho é de todos.