O número de casos confirmados de coronavírus têm aumentado rapidamente em Paulista/PE. No Município já são 676 casos e 40 mortes, segundo o último boletim divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde, no dia 06 de maio. Os dados reforçam a importância do isolamento social, uma das medidas mais importantes no combate à pandemia defendida pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Apesar dos apelos de especialistas e de autoridades, muitas pessoas ainda seguem nas ruas ou circulando nas cidades.
Um mapeamento realizado pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE) aponta Paulista/PE como o terceiro município pernambucano com o melhor índice de isolamento social (61,6%), ficando atrás apenas de Granito (61,7%) e Olinda (61,7%). Em relação ao Estado, a pesquisa, realizada a partir da geolocalização dos celulares, mostra que 52,24% das pessoas cumprem a quarentena.
“Os especialistas apontam que a adesão ideal para controlar a disseminação do coronavírus é de 70% da população. Paulista/PE precisa caminhar para chegar a, pelo menos, esse patamar. A gestão municipal precisa intensificar as ações de proteção e orientação nas comunidades mais vulneráveis do município”, disse o presidente da Câmara de vereadores de Paulista/PE, Fábio Barros.
Em Ação Civil Pública expedida nesta quarta-feira (6), o Ministério Público de Pernambuco pediu para que a justiça determinasse lockdown – expressão em inglês que, na tradução literal, significa confinamento ou fechamento total – por 15 dias em Pernambuco, mas o juiz Breno Duarte Ribeiro de Oliveira, da 1ª Vara da Fazenda Pública da Capital, negou. A iniciativa foi adotada em alguns estados brasileiros, como Maranhão e Pará. O Ceará chegou a adotar medidas de restrição semelhantes, mas sem usar o termo “lockdown”.
Mas essa discussão não parou por aí. Com o crescimento rápido de casos confirmados e de mortes por coronavírus somados à ocupação próxima aos 100% dos leitos de UTI, o governo de Pernambuco vem analisando medidas de endurecimento do isolamento social. Esta semana, em coletiva de imprensa no Palácio do Planalto, o ministro da Saúde, Nelson Teich, também afirmou que vai recomendar o lockdown.
Caso adote o lockdown, o governo passará a proibir a entrada e saída de pessoas da cidade; realizar a interdição de vias dentro das cidades, para evitar o deslocamento e proliferação do vírus; intensificar o monitoramento das pessoas que estão nas ruas; monitorar a temperatura corporal para entrar em estabelecimentos; e estabelecer limite de saídas de casa, mesmo para comprar alimentos ou medicamentos.
“Não podemos relaxar o isolamento social. Pernambuco vem assistindo nos últimos dias a uma escalada no número de casos e mortes pelo novo coronavírus. O importante no momento é assegurar a saúde da coletividade. É preciso que todos façam a sua parte para não chegarmos ao colapso na rede de saúde. Só assim evitaremos o lockdown”, finalizou Fábio.