Esquecidas pela gestão municipal, as áreas de lazer de Paulista/PE estão cada vez mais vazias. A falta de iniciativas voltadas à manutenção dos espaços públicos aborrece os moradores dos bairros, que já deixam de frequentar e utilizar os equipamentos por temerem acidentes e atos de violência.
As principais reivindicações da população se referem à conservação e reparo dos aparelhos. Na maioria dos locais, os brinquedos dos parques encontram-se danificados, quebrados ou enferrujados. O mesmo acontece com os espaços voltados à prática de exercícios físicos, como pistas de cooper e equipamentos para ginástica.
Além dos efeitos causados pelo tempo, a inutilização das áreas também é motivada por atos de vandalismo cada vez mais constantes. A falta de fiscalização, acompanhamento e patrulha de órgãos policiais tornam os espaços suscetíveis a esse tipo de prática criminosa que acaba causando danos e prejudicando todos os frequentadores.
Os problemas de infraestrutura acabam recaindo também sobre a questão da segurança pública. A ausência de pessoas, motivada pela carência de atrativos, transforma os ambientes em espaços hostis e propícios à práticas ilícitas e ao aumento da criminalidade nos locais.
A junção de fatores contribui para que a estrutura dos espaços não ofereça as mínimas condições para o aproveitamento ideal pela população. A falta de infraestrutura impede que as crianças tenham momentos de lazer nos brinquedos dos parques, além de dificultar o uso para exercícios físicos e caminhadas pela população.
“As áreas de lazer, como parques e praças, por exemplo, são importantes instrumentos para a melhoria da qualidade de vida da população e para a criação do sentimento de pertencimento. É dever do Poder Público municipal assegurar a melhor forma de uso e convívio nesses espaços”, disse o pré-candidato a prefeito de Paulista/PE Fábio Barros.
A situação das praças da cidade mostram que a gestão não tem cumprido com o seu papel como deveria. Elas são os principais alvos desse abandono. Alguns dos problemas citados pela população envolvem as praças Ayrton Senna, localizado na Vila Torres Galvão, e Aníbal Fernandes, situada em Jardim Paulista Baixo.
Praça Ayrton Senna: história desprezada
Há tempos, a Praça Ayrton Senna, na Vila Torres Galvão, em Paulista/PE, deixou de servir ao lazer, à diversão e a práticas de esporte. Sua existência é reconhecida historicamente por promover integração da família na comunidade e qualidade de vida, além de reduzir os níveis de violência no bairro. Mas, infelizmente, essa não é uma realidade dos dias de hoje.
No espaço, que tem o nome do tricampeão mundial de Fórmula 1, Ayrton Senna, o retrato que se vê é do descaso. Calçadas e pistas de cooper destruídas; telas de proteção enferrujadas e caindo; vestiários com risco de desabamento; e brinquedos enferrujados e quebrados, que colocam em risco as crianças; são apenas alguns dos problemas.
“A gente vive um abandono total. Tanto imposto que a gente paga e a situação é essa que está aí. Não deixo mais minha filha brincar aqui, imagina se ela cai, se machuca ou se fere. São muitos riscos.”, disse Roberto Alves.
Os moradores da comunidade ainda reclamam reclamar da falta de segurança no local, principalmente à noite, onde o espaço é utilizado muitas vezes para o consumo de drogas. “Nós que moramos perto da praça sofremos muito com a insegurança. Isso aqui fica muito esquisito à noite e tem acontecido muitos assaltos”, afirmou a dona de casa Maria do Socorro.
Praça Aníbal Fernandes: riscos eminentes
No centro de Jardim Paulista baixo, a situação é semelhante. A Praça Aníbal Fernandes tem problemas estruturais que colocam em risco não só quem deseja frequentar o espaço, mas também quem apenas transita pelo local.
Bancos prestes a cair, seguros apenas por arames amarrados; grades quebradas, enferrujadas; pista de cooper destruída, além de brinquedos deteriorados. Esse é o cenário mais grave encontrado na Praça Aníbal Fernandes, além da falta de reparos a determinados equipamentos.
“Quando eu passo pela calçada da praça, tenho até medo que meus filhos encostem nas grades e se machuquem, pois elas estão cheias de ferrugem e com trechos quebrados”, conta a dona de Maria dos prazeres.