Construir 590 quilômetros de ciclofaixas e ciclovias no Grande Recife, nos próximos dez anos, e interligar a rede aos terminais de ônibus e às estações de metrô. Essa é a proposta do Plano Diretor Cicloviário, elaborado em 2014 com a participação do Governo do estado, gestores e técnicos dos 14 municípios da RMR e fundamentado por especialistas da área de transporte, com apoio de ciclistas e de grupos de pedal do Grande Recife.
Passados cinco anos, pouquíssima coisa foi realizada e, quando falamos do município do Paulista – PE, nada foi feito. O município não dispõe de um metro sequer de ciclovias – espaços separados fisicamente para o tráfego de bicicletas –, ou ciclofaixas – zonas feitas apenas com uma faixa pintada no chão.
Para alertar sobre os perigos enfrentados e o risco de vida, constante, à que estão expostos os ciclistas e todos os paulistenses, um grupo de ciclistas realizou o percurso do Janga ao Terminal Integrado Pelópidas Silveira, na PE-15.
O início da pedalada foi na PE-01, em frente à Farmácia Pague Menos, um local simbólico marcado pela morte de um ciclista atropelado por um veículo em 2019. De lá, o grupo passou pelo Engenho Maranguape, Maranguape II, Jaguarana, Alameda e Maranguape I, antes de chegar ao destino Final.
“A utilização da bicicleta como meio de transporte para os deslocamentos diários virou rotina nos meios urbanos das grandes e pequenas cidades. No Paulista não é diferente. Contudo, infelizmente, é precária a acessibilidade desse meio de transporte no município.
Realizamos esse percurso que integra o Janga ao TI Pelópidas Silveira e percebemos o grande perigo (risco de vida para ciclistas) que a via apresenta por falta de uma ciclovia ou mesmo uma ciclofaixa”, disse o presidente da Câmara de Vereadores do Paulista, Fábio Barros, lembrando que promoveu audiências públicas para discutir a questão, propor soluções e cobrar da gestão municipal o que foi definido no Plano Diretor Cicloviário.
Duplicação da PE-01
Apresentada pela gestão municipal como a mais importante requalificação viária do Litoral Norte, a duplicação da Ponte do Janga e da Avenida Cláudio Gueiros Leite (PE-01), que levou quase quatro anos para ser concluída, não contemplou o estabelecido no Plano Diretor Cicloviário, deixando de fora a implantação de ciclovia.
“O Plano Diretor Cicloviário já previa, desde 2014, uma ciclovia na PE-01. Alertamos e cobramos ao governo a implantação, mas, infelizmente, não nos ouviram. Duplicaram a rodovia e não pensaram nas pessoas. Pensaram apenas nos veículos, na fluidez do trânsito.
Resultado: os congestionamentos continuam nos horários de pico. Algo muito grave é a falta de sinalização horizontal e vertical, o que tem colocado em risco a vida dos pedestres e ciclistas”, afirmou Paulo Marcelo Pontes, cicloativista.
Durante a inauguração da obra, em 13 de dezembro de 2019, a prefeitura até prometeu a instalação de câmeras, mais faixas, radares e lombadas eletrônicas, com objetivo de fornecer mais segurança aos transeuntes. Mas, até a presente data, nada foi feito.