A audiência pública sobre “avanço do mar” e obras emergenciais para as praias do Paulista, promovida pelo vereador do município Fábio Barros, reuniu autoridades e sociedade civil, na noite desta quarta-feira dia 28 de setembro de 2011, no Litoral Recepções, em Pau Amarelo. Representantes dos órgãos públicos estadual e municipal apresentaram os projetos, em fase de andamento, e possíveis soluções para a região. Entre eles, o procurador da República em Pernambuco Marcos Costa; o superintendente da Secretaria do Patrimônio da União em Pernambuco, Paulo Ferrari e o presidente do Parlamento Metropolitano do Recife, professor Joaquim Silva.
A realização de ações que funcione de forma conjunta, integrando os municípios afetados pela erosão costeira na Região Metropolitana do Recife, foi um dos pontos destacados por todas as autoridades que participaram da audiência. Segundo o vereador e biólogo, com especialização em Oceonografia, Fábio Barros, os recursos utilizados como tentativa de conter o avanço do mar, na Região Metropolitana do Recife, são inadequados. “O uso de enrocamentos (instalação de grandes pedras à beira mar) traz impacto ao meio ambiente e não soluciona o problema dos municípios porque transfere a energia das correntes marinhas em direção ao litoral norte”, disse Fábio. Esse processo de transferência é conhecido como “efeito dominó” e intensificaram a erosão marinha nas praias de Pau Amarelo e Maria Farinha.
Durante a audiência, o vereador Fábio Barros alertou que a população precisa de obras emergenciais nos pontos críticos, que possam amenizar o sofrimento das pessoas sem degradar o meio ambiente. Entre os participantes, estava Rose Freitas, presidente da Associação dos Comerciantes da Orla do Paulista, que há 25 anos possui um estabelecimento comercial no Janga e convive diariamente com o problema do “avanço do mar”. “Durante todo esse tempo nós nunca fomos representados por nenhum gestor público. Agora, com a atuação do vereador Fábio Barros, que é um político sério, vejo que nossa situação pode mudar”, disse Rose Freitas. A comerciante também informou que, além da falta de obras emergenciais nos pontos críticos, não existe nenhum tipo de manutenção na beira mar.
Investimentos em pesquisa científica e capacitação de gestores públicos foram um dos pontos destacados pelo procurador da República em Pernambuco, Marcos Costa. Para ele, esta é uma das formas que as ações podem ser executadas com soluções viáveis e eficientes. Sobre intervenções bem sucedidas em outros estados, o engenheiro civil Marcos Lyra retratou que em Alagoas as praias foram recuperadas no período de 6 meses. “Nesse caso é preciso considerar a relação custo – benefício para executar uma obra com resultado otimizado”, destacou o engenheiro. Entre os representantes estava o vereador do município de Olinda, Marcelo Santa Cruz, que participou ativamente da audiência.