A população de Caucaia volta a sorrir na praia do Icaraí, no trecho onde foi construído o Barra Mar Dissipador de Energia Bagwall, entre as barracas Peixe Frito e Ipacarai, já ocorreu a engorda natural da praia.
A praia já ganhou uma faixa de areia com mais de 40 metros, domingo passado quem foi ao Icaraí, surpreendeu-se ao ver as crianças brincando na areia da praia, peladeiros jogando futebol de areia, surfistas, ambulantes, transeuntes enfim a praia ganhou vida, coisa que há mais de 15 anos não se via por aqui.
O Dr. Marco Lyra engenheiro especialista em obras costeiras fala sobre o assunto e explica: O Ceará é o primeiro estado do Brasil fora de Alagoas a utilizar essa tecnologia americana de sucesso no combate à erosão costeira. Os resultados iniciais obtidos na praia do Icaraí mostram que o Bagwall está freiando o avanço do mar.
Esta é uma obra de engenharia que tem sua eficácia comprovada no controle da erosão costeira em áreas urbanas, onde além de conter o avanço do mar na linha de costa sem transferir o processo erosivo para áreas adjacentes, o local que antes estava em erosão passa a ocorrer a recuperação do perfil da praia com a engorda natural no local da intervenção.
A obra do Icaraí é a quarta obra realizada no Brasil utilizando essa tecnologia em condições geológicas, morfológicas e hidrodinâmicas distintas, onde o resultado final foi exatamente o mesmo: Contenção do avanço do mar sem transferir o processo erosivo para áreas adjacentes; Recuperação do perfil de praia com a engorda natural e a facilidade de acesso da população da praia à praia recreativa, com isso, pode-se afirmar que esta solução de engenharia é talvez a menos impactante no caótico ambiente costeiro.
É lamentável que na Região Metropolitana de Recife as administrações municipais, mantenham como escolha para obra de defesa costeira a colocação de pedras na praia, destruindo a paisagem local, retirando da população seu direito de ir e vir à praia recreativa, promovendo a desvalorização dos imóveis no local da intervenção, colocando o comércio e o turismo em situação difícil.
Antes de escolher qual a solução de engenharia deve ser utilizada na obra de proteção costeira, é necessário verificar se a obra que está sendo proposta já foi utilizada em outro local, há quanto tempo ela está funcionando, qual a sua durabilidade, qual o custo de manutenção, qual o impacto ambiental após a sua implantação, sem a utilização desses critérios para escolha da obra de engenharia, corre-se um sério risco de perder todo o investimento feito na obra.
Com uma durabilidade de até 30 anos para esse tipo de obra, nas duas primeiras obras construídas no Brasil a mais de 7 anos, nenhum centavo foi gasto com manutenção.
Marco Lyra
Engenheiro Especialista
em Obras Costeiras