Crianças com microcefalia serão atendidas na APAE de Paulista/PE

Referência no Brasil há 60 anos em educação à pessoa com deficiência intelectual e múltipla, a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Paulista (APAE) implantará uma unidade na cidade do Paulista, a 28ª no estado. Entre os trabalhos de habilitação e reabilitação oferecidos, as crianças com microcefalia serão atendidas com serviços de saúde, assistência e educação. A entidade, que ainda está no processo de filiação da Federação Nacional das Apaes (FENAPAES), poderá se instalar no prédio do antigo Centro de Formação dos Professores Paulo Freire, no bairro do Janga. Para fortalecer a vinda da Apae, a Câmara dos Vereadores realizou um debate sobre a atuação da associação no país e no estado, nessa quarta-feira dia 22 de fevereiro de 2017, no Plenário Vereador Adolfo Pereira.

A Apae, instituição filantrópica sem fins econômicos, tem como escopo a mediação no diálogo entre o poder público, comércio, indústria e profissionais liberais, levando à sociedade uma visão que a pessoa com deficiência é capaz. No país, são 2.100 unidades, prestando assistência a mais de 250 mil pessoas, e em Pernambuco mais de três mil pessoas nas áreas de saúde como fisioterapia, psicologia, terapia ocupacional, fonoaudiologia, e defesa de direitos das políticas públicas. O movimento apaiano também realiza a promoção da saúde ao idoso e à família do deficiente intelectual e múltiplo. “Nós pensamos no todo, acolher o deficiente e acompanhá-lo até que ele seja incluído na sociedade. Visto como um cidadão com necessidades às vezes diferenciadas, mas necessitando que olhemos como ser humano. Aprendi que devemos ver as pessoas através da alma e não do que as têm. A única coisa que nos pedem é amor”, disse a psicóloga Amélia Borges, presidente da APAE PE e gestora de um hospital em Agrestina, no interior de Pernambuco.

O presidente da APAE Paulista, Aderbal Medeiros, entregou o cargo de conselheiro do Conselho de Saúde da Cidade do Recife para se dedicar a implantação da associação em Paulista. Segundo Medeiros, o registro jurídico da entidade será em março. “Pretendo mostrar a credibilidade da entidade e contaremos com o apoio da população, no voluntariado, e do poder público na disposição de profissionais”, comentou. A secretária Saúde do Paulista Fabiana Bernart, que participou da audiência pública, falou da importância da vinda da entidade. “Como o Sistema Único de Saúde (SUS), apesar de ser para todos, ele tem dificuldades que não é em Paulista, mas no Brasil, de acesso e financiamento, nós precisamos de parcerias”, disse.

Histórico
A Apae foi fundada em julho de 1954, pela norte-americana Beatrice Bemis, mãe de uma criança com síndrome de Down, em parceria com o almirante Henry Broadbent Hoyer, que reuniram pais, mestres e técnicos na embaixada dos Estados Unidos para exibir um filme sobre crianças com deficiência mental. A partir desta data, começou um movimento com o objetivo de promover e defender os direitos de pessoas com deficiência intelectual e múltipla.

No estado de Pernambuco, a primeira Apae foi fundada em outubro de 1961, na cidade do Recife pelo casal Armando Rabelo e Ivete Rabelo. Eles observaram a grande quantidade de pessoas com deficiência não tinha tratamento específico. Antes as famílias precisavam se deslocar para São Paulo e Rio de Janeiro atrás de diagnósticos e tratamentos.