Em tempos de pandemia, a população de Paulista/PE, mais do que nunca, precisa contar com uma atuação eficaz da prefeitura na tomada de decisões que beneficiem, principalmente, as pessoas em vulnerabilidade social. A medida implementada em parceria com o governo do estado para assistência de pessoas em situação de rua precisa ser ampliada. A falta de atendimento médico e abrigo são as principais limitações da iniciativa durante esse período crítico de contágio da doença.
Além de funcionar apenas das 8h às 17h, numa estrutura montada no estacionamento da antiga Secretaria de Saúde, hoje sede do Procon Municipal, no centro da cidade, o Ponto de Cuidado, como está sendo chamado, apenas distribui alimentação e kits de higiene e um local para banho. Após a higienização e recebimento dos mantimentos, as pessoas voltam para as ruas e para o risco eminente de serem contaminados pelo coronavírus.
Em vários bairros do município é possível ver pessoas em situação de rua abrigadas em marquises de estabelecimentos comerciais em busca de um lugar para dormir. Maranguape II, Maranguape I, Paratibe, fazem parte deste roteiro, que se agrava mais na orla do município. Na Av. Cláudio Gueiros, por exemplo, encontram-se pessoas buscando abrigo em vários pontos, como no prédio do Conselho Tutelar das Praias, na galeria em frente ao Bompreço e nos bares localizados em frente ao Colégio Decisão. Na galeria da Av. Cabedelo e nos bares do entorno do Forte de Pau Amarelo também é comum presenciar a mesma falta de cuidado com essa população.
“No início do mês de abril, fizemos um alerta à prefeitura e propomos medidas mais abrangentes para atender as pessoas em situação de rua. Entre elas, a criação de centros de acolhimento com dormitório e em vários pontos da cidade, que consigam atender mais pessoas e não só àquelas que têm acesso ao centro de Paulista e a garantia de um acompanhamento mais efetivo para todos, como atendimento médico e psicológico”, disse o presidente da Câmara dos Vereadores de Paulista, Fábio Barros.
A população em situação de rua é um dos grupos de risco de contaminação pela COVID-19. Sem possibilidade de abrigo, ficam mais suscetíveis a contrair a doença e transmitir a outras pessoas. A falta de auxílio e acompanhamento médico impede também a identificação de outros fatores de risco, doenças crônicas, como hipertensão e diabetes, por exemplo, que podem somar à condição já vulnerável, aumentando a chance do desenvolvimento complicações em caso de contaminação da doença